O sistema endócrino funciona como um centro de integração e tem a função de garantir o fluxo de informações entre diferentes células, permitindo a comunicação funcional de todo o organismo. Esse sistema possui inúmeras funções mas podemos citar três mais importantes para o organismo: garantir a reprodução, promover crescimento e desenvolvimento e garantir a homeostasia (estado de equilíbrio) do meio interno. Mas como o sistema se comunica com todo o organismo? Como essa comunicação ocorre em locais distantes? Por meio de mensageiros químicos denominados hormônios, num fluxo intracelular de informações!

Os participantes desse fluxo de informação são as células alvo e a célula secretora.  Os três modos de ação dos hormônios são o sistema endócrino onde o hormônio é liberado e que cai na corrente sanguínea até que atinja a célula alvo. O sistema parácrino onde o hormônio difunde-se no interstício atuando em células vizinhas da célula secretora e o sistema autócrino onde hormônio, uma vez secretado, volta a agir na própria célula que o secretou.

 

Os hormônios são compostos químicos e podem ser classificados com base em sua natureza, como por exemplo podem ser hidro- ou lipossolúvel. Essa característica de solubilidade pode interferir processos de síntese, secreção (síntese envolve a "fabricação" da molécula do hormônio, enquanto a secreção envolve os mecanismos que determinam a "saída), transporte e metabolização, assim como o tipo de receptor e o mecanismo de ação. Como o organismo entende que é necessário a produção de algum hormônio? A produção hormonal baseia-se no equilíbrio entre estímulo e inibição da síntese e secreção do hormônio. Este equilíbrio é mantido pelo mecanismo de feedback (ou retroalimentação) negativo, em resumo se a concentração de um hormônio no organismo é alta um sinal de inibição é enviado para o sistema de produção desse hormônio e vice e versa. Os principais órgãos endócrinos são: a hipófise; o hipotálamo; a tireóide; as paratireóides; as supra-renais; o pâncreas e as gônadas.

 

 

Principais órgãos produtores de hormônios:

 HIPÓFISE

 

  • Situa-se na base do encéfalo, em uma cavidade do osso esfenóide chamada tela túrcica. Nos seres humanos tem o tamanho aproximado de um grão de ervilha e possui duas partes:
  • o lobo anterior (ou adeno-hipófise) e o lobo posterior (ou neuro-hipófise).
  • Além de exercerem efeitos sobre órgãos não-endócrinos, alguns hormônios, produzidos pela hipófise são denominados trópicos (ou tróficos) porque atuam sobre outras glândulas endócrinas, comandando a secreção de outros hormônios.
  • São eles;

Tireotrópicos: atuam sobre a tireóide.

Adrenocorticotrópicos: atuam sobre o córtex da adrenal (supra-renal)

Gonadotrópicos: atuam sobre as gônadas masculinas e femininas.

Somatotrófico: atua no crescimento, promovendo o alongamento dos ossos e estimulando a síntese de proteínas e o desenvolvimento da massa muscular. Também aumenta a utilização de gorduras e inibe a captação de glicose plasmática pelas células, aumentando a concentração de glicose no sangue (inibe a produção de insulina pelo pâncreas, predispondo ao diabetes).  

 

 

 

HIPOTÁLAMO

 

Localizado no cérebro diretamente acima da hipófise, é conhecido por exercer controle sobre ela por meios de conexões neurais e substâncias semelhantes a hormônios chamados fatores desencadeadores (ou de liberação), o meio pelo qual o sistema nervoso controla o comportamento sexual via sistema endócrino.

 

  • O hipotálamo estimula a glândula hipófise a liberar os hormônios gonadotróficos (FSH e LH), que atuam sobre as gônadas, estimulando a liberação de hormônios gonadais na corrente sanguínea. Na mulher a glândula-alvo do hormônio gonadotrófico é o ovário; no homem, são os testículos. Os hormônios gonadais são detectados pela pituitária e pelo hipotálamo, inibindo a liberação de mais hormônio pituitário, por feed-back.
  • Como a hipófise secreta hormônios que controlam outras glândulas e está subordinada, por sua vez, ao sistema nervoso, pode-se dizer que o sistema endócrino é subordinado ao nervoso e que o hipotálamo é o mediador entre esses dois sistemas.

 

 

 TIREÓIDE

  • A tireoide ou tiroide é uma glândula em forma de borboleta (com dois lobos), que fica localizada na parte anterior pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão (ou popularmente, gogó). É uma das maiores glândulas do corpo humano e tem um peso aproximado de 15 a 25 gramas (no adulto).
  • Ela age na função de órgãos importantes como o coração, cérebro, fígado e rins. Interfere, também, no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes; na regulação dos ciclos menstruais; na fertilidade; no peso; na memória; na concentração; no humor; e no controle emocional. É fundamental estar em perfeito estado de funcionamento para garantir o equilíbrio e a harmonia do organismo.
  • Comparada a outros órgãos do corpo humano é relativamente pequena ela. É responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que atuam em todos os sistemas do nosso organismo.

 

 

PARATIREOIDE

 

  • As paratireóides são quatro pequenas glândulas que se localizam atrás da glândula da tireoide, na região do pescoço. Essas glândulas secretam um hormônio chamado de paratormônio (PTH) e são responsáveis pelo equilíbrio do cálcio e manutenção da massa óssea.

 

 

 

ADRENAIS OU SUPRA-RENAIS

 

  • São duas glândulas localizadas sobre os rins, divididas em duas partes independentes :

medula e córtex - secretoras de hormônios diferentes, comportando-se como duas glândulas.

O córtex secreta três tipos de hormônios: os glicocorticóides, os mineralocorticóides e os androgênicos.

Já a medula secreta a adrenalina e a noradrenalina.

 

 

 

PÂNCREAS

 

  • O pâncreas, além de suas funções digestivas, secretam dois hormônios importantes, a insulina e o glucagon.
  • é constituído por dois tipos principais de tecidos: (1) os ácinos, que secretam o suco digestivo no duodeno,
  • (2) as ilhotas de Langerhans, que não dispõe de qualquer meio para esvaziar suas secreções externamente, mais que secretam insulina e glucagon diretamente no sangue.

 

 

GÔNADAS

 

TESTÍCULOS

 

  • Os testículos secretam diversos tipos de hormônios sexuais masculinos, coletivamente denominados androgênios, incluindo testosterona, diidrotestosterona e androstenediona.
  • A testosterona é mais abundante do que os demais hormônios,se não a maioria, é convertida no hormônio mais ativo, diidrotestosterona, nos tecidos-alvo.

 

 

OVÁRIOS

 

  • Os ovários são glândulas localizadas no abdome inferior das mulheres, responsáveis pela produção dos 2 mais importantes hormônios sexuais femininos: o estrógeno e a progesterona.
  • Esses hormônios são responsáveis pelo desenvolvimento e a manutenção dos caracteres sexuais secundários femininos
  • Também são fundamentais para a reprodução, pois controlam o ciclo menstrual, liberam óvulos ciclicamente (ovulação) e ajudam a criar as condições necessárias para a gestação.

 

 

 

DOENÇAS

 

Quando a tireóide não está funcionando adequadamente pode liberar hormônios em excesso (hipertiroidismo) ou em quantidade insuficiente (hipotireoidismo).

Hipotireoidismo

Se a produção de “combustível” é insuficiente provoca hipotireoidismo. Tudo começa a funcionar mais lentamente no corpo: o coração bate mais devagar, o intestino prende e o crescimento pode ficar comprometido. Ocorrem, também, diminuição da capacidade de memória; cansaço excessivo; dores musculares e articulares; sonolência; pele seca; ganho de peso; aumento nos níveis de colesterol no sangue; e até depressão. Na verdade, o organismo nesta situação tenta "parar o indivíduo", já que não há “combustível” para ser gasto.

Hipertireoidismo

Se há produção de “combustível” em excesso acontece o contrário, o hipertiroidismo. Nesse caso, tudo no nosso corpo começa a funcionar rápido demais: o coração dispara; o intestino solta; a pessoa fica agitada; fala demais; gesticula muito; dorme pouco, pois se sente com muita energia, mas também muito cansada.

Tanto no hipo como no hipertireoidismo, pode ocorrer um aumento no volume da tireoide, que chama-se bócio, e que pode ser detectado, através do exame físico. Problemas na tireoide podem aparecer em qualquer fase da vida, do recém-nascido ao idoso, em homens e em mulheres.

Gigantismo ou Acromegalia

 

Acromegalia é uma doença crônica provocada por excesso de produção do hormônio do crescimento (GH) na vida adulta, fase em que as cartilagens de crescimento já estão fechadas. Se ele for produzido em excesso na infância ou puberdade, antes do fechamento dessas cartilagens, a doença é chamada de gigantismo.

Sem tratamento, portadores de acromegalia podem evoluir para uma forma grave da doença, em que surgem complicações e as taxas de mortalidade são altas. Presença de diabetes, de doença cardiovascular e de hipertensão são fatores agravantes do quadro.

Causas e incidência

A causa da acromegalia é a produção exagerada do GH e do IGF-1 (Insulin Growth Factor). Em 98% dos casos, essa produção está associada à presença de tumores benignos na hipófise.

A doença é rara e acomete homens e mulheres indistintamente.